Fazem uns 4 anos que vamos pra Brejo e passamos por umas pedras na beira da BR-232 pouco antes de chegar na cidade de Caruaru, sempre olhávamos e dizíamos que tínhamos que ir lá! Aí no próximo final de semana íamos pra Brejo novamente…
Falésia principal, ainda sem vias…
Agulhas
Eis que finalmente, neste sábado, Miguel, Rodrigo Dago e eu fomos a tal pedra!
Trata-se de uma falésia com até 50m e duas agulhinhas um pouco menores, a estrada passa bem pertinho da base da falésia, mas continuamos seguindo para fazer o reconhecimento, chegando de cara pra agulhinha, a qual escolhemos como o objetivo do dia.
Agulha principal, onde foi aberta a via
Paramos o carro no sítio do pessoal local que nos recebeu muito bem, mostrando o caminho pra chegar às agulhinhas. A “aventura” começou por aí, pra chegar na base da pedra a caminhada é relativamente curta, cerca de 20 min, no meio do caminho tivemos que atravessar o rio a bordo do bondinho mais roots do mundo, depois foi só varar uma mato básico, sem facão é claro, e estávamos na base da pedra, acompanhados de muitas formigas e marimbondos.
Andando no bondinho do agreste
Aproximação…
Miguel foi abrindo caminho ao redor da pedra e apontou a linha mais interessante que viu, a pedra parece ser um granito bastante fraturado, com opções de agarras variadas, buracos e pequenas fendas, possibilitando o uso de móvel em algumas partes, tudo bem sólido, porém com grandes blocos encaixados em determinados trechos.
Linha da via e seus habitantes
Comecei a conquista e no primeiro grampo percebemos que a rocha não era das mais duras, pois o furo foi bem fácil de fazer, mas com os grampos batidos só com a broca de 12mm as proteções ficaram com boa qualidade. Nos lances seguintes a rocha ficou melhor nesse aspecto. Foi uma seqüência de cinco grampos de muuuuita chinelada nos marimbondos, algumas picadas no braço, mas deu pra sobreviver…Esse trecho ainda não foi livrado, mas deve ser algo em torno de VIIc. Depois foi um lance em móvel, chegando a um pequeno platô, onde pode ser feita uma parada opcional. Em seguida mais um trecho fixo que pode dar VIIa, depois uma fenda larga, mais um grampo, domínio em uns blocos levemente sinistros e cume!
Conquistando a primeira parte, fixa e cheia de marimbondos
Foi muito legal conquistar essa via, pelo visual, formação da pedra, e porque deu pra dar uma boa treinada no artificial, pois a rocha permitia algumas colocações de móvel pra progredir durante a conquista, além das opções de cliff (foi necessário apenas 1 furo) e pelos marimbondos, na verdade não.
Dago descendo
A via foi conquistada em uma enfiada apenas, mas pode ser repetida em duas, economizado peças móveis, costuras e fitas. Usamos grampos de ½”, friends rock empire #0.75 ao 5 serão úteis na repetição.
O rapel deve ser feito em dois ou três lances, sendo o primeiro o menor, para evitar um arrasto grande da corda na hora de puxar, como indica o croqui.
A graduação ainda não está confirmada, apenas estimamos o que está no croqui…
Agradeço à ASPER pela disponibilização da furadeira e dos grampos, e convoco todos pra uma visita pra abertura de novas vias, existe muita possibilidade de boas vias esportrivas, negativas com boas agarras!
Ivisson, Miro, Dago, Tia, Tampão, Cauí e Rodrigo. Foto: Miguel
O nome da via é em homenagem aos amigos que ficaram rindo da briga com os marimbas, e não aceitaram a ponta da corda na hora de passar desse trecho, mas como depois tiveram direito a algumas picadas também, ficou tudo certo…pq como se diz lá no Goiás “companheiro é companheiro, fédaputa é fédaputa”!
Croqui da via (clique para ampliar)
Aqui vai um pequeno vídeo com algumas imagens que fizemos, com a inconfundível narração do Miguelito!