Ao contrário do post anterior, esse vai com poucas fotos, mas fica o registro da segunda parte das férias que tirei com Eveline em outubro do ano passado (faz tempo né!).
Chegando no G3

Após os dias de escalada tradicional, caminhadas, esticões e “despertar temprano”, voltamos pro Rio, onde ainda escalei a Às de Espadas com o Luciano antes de seguir pra Minas Gerais.
Pegamos o busão pra BH e de lá seguimos pra Serra do Cipó, paraíso da escalada esportiva do Brasil! Calcário, vias negativas, ótimo pra dar um susto nos braços após dias trabalhando só panturrilha!
Chegamos a noite no abrigo do Magrão (Abrigo G3), nossa casa por quase quinze dias. Deu pra fazer um ótimo volume, foram 30 cadenas, fora uma ou outra repetida, além de resolver umas pendências antigas e arrumar novas dívidas!
Não sei mais a ordem cronológica das coisas, mas lembro de algumas vias que gostei e que fiquei feliz em poder fazê-las.
Eveline na Jhony Quest

A primeira encrenca se chama “Sociedade Secreta” (8c), curta e grossa, custou 3 pegas, ótima via!
Ali perto entramos em uma via linda chamada Michelangelo (6c) uma saída boulderística, em seguida lances técnicos e depois agarras boas até o fim, recomendo.
No Vale Zen provei a Jequitibá (7b), muito gostosa, com um crux no final, pega na resista. Uma cadena q gostei foi a Opinião Pública (8b) que saiu de segunda entrada, crux melindroso! Foi massa!
Depois gastei um tempo fritando na Inquilino (9a), entrei com os betas do Beli, passei a primeira parte, mas fritei no crux e caí, depois foram mais duas entradas meio toscas, caindo no mesmo lugar até que finalmente refinei um pouco os movimentos e fiz mais força, passando o crux e chegando ao final.
Inquilino
Fomos pro G1, Eveline mandou seu primeiro 7b com a “Depois da Zuma”, eu entrei nesta e nas vias ao redor, que são bem bacanas, depois fomos conhecer o Vale de Blair, que infelizmente, muito infelizmente mesmo, só fomos nesse dia, muita via, muitos setores! Lá entrei na “Dez Almas” (8b), que saiu à vista, sacando as costuras! Gostei do estilo, não muito negativo, agarras pequenas, deu pra administrar bem. Outra via linda que tive gás pra dar só um pega, deixando como dívida, foi a “Bomba Neném” (9a) clááássico! Nesse dia teve uma cadena emocionante de Eveline na Via de Blair, um 7a com um lancesinho bisonho no final, que ela passou à vista, com muita negociação, bonito de ver!
Eveline na Depois da Zuma
Bomba Neném
Lá tem um tal de Vale da Perseguida, onde tem uma via que com certeza é um dos cinco 7a’s mais bonitos que já escalei: Chorreira Musical.
E tem a via mais clássica de todas, uma via da qual eu assistia vídeos quando comecei a escalar, no escaladabrasil.com! Capa do guia, quase 50 metros com um teto no final, resistência pura: Sinos de Aldebarã (8c). Me atrevi a entrar na segunda trip que fiz pro Cipó, em 2010, entrei três vezes, consegui passar o crux do início, que já vale um 8b, e caí muito, mas muito bombado no teto do final. Entrei mais uma vez em 2013, passei do crux e caí mais uma vez lá em cima, a uma ou duas agarras do vertical…nunca tinha chegado ao final, pois sempre desci após a queda. Dessa vez ela era um dos principais objetivos, mas é uma via que intimida, então fiquei enrolando pra poder entrar, até que um dia eu passei na base dela, olhei, nesse dia eu já tinha conseguido uma cadena legal, não lembro exatamente qual, e lá estava a Sinos, fim de tarde, semi-equipada, faltavam duas ou três costuras no início, demorei, mas resolvi entrar pra relembrar e colocar as costuras que faltavam.
Entrei, coloquei as costuras, passei o crux, lutei com os regletes depois do crux e cheguei no primeiro descanso, praticamente sem as mãos, zerei, segui escalando sem pressa, mas sem parar por muuuito tempo nos descansos, cheguei na fenda em baixo do teto, onde dá pra se entalar e descansar novamente quase sem as mãos, passei alguns minutos e percebi que meus braços não estavam bombados como nas outras entradas, respirei, entrei no teto, entalei o joelho e costurei, agora começava a sentir os braços , mas sabia que ainda tinha um pouco de “life”, pensei direitinho pra entrar na sequência correta de movimentos e peguei na agarra boa, a penúltima do negativo, última agarra que eu tinha chegado antes, não titubeei em pular a costura, se eu tentasse costurar, iria cair, mais dois movimentos e estava em uma agarra gorda já no vertical, tentando recuperar um pouco de energia pra seguir pelos agarrões do final, e deu tudo certo, cheguei no cume e começava a chover fraco, escutava alguns trovões, soltei a corda e desci andando, feliz da vida!
Sinos de Aldebarã
A trip tava ganha, mas ainda tinha uma tal de Mumm-Ha (9a) que estava me dando dor de cabeça, em outra ocasião ela me fez cair muitas vezes no mesmo movimento, um dinâmico pra um regletão, pés ruins na saída e um voo perdendo os pés. Dessa vez ainda entrei 6 vezes e caí todas elas no mesmo movimento, sempre que caía na cadena, voltava e conseguia fazer, fui lapidando o movimento, percebi que pés mais baixos e o voo mais suave era melhor e gastava menos força, permitia um controle maior. Mas ainda assim demorou, até que desisti, dei a última entrada na via, se mandasse bem, se não, ficaria pra outra trip, não gosto muito de ficar tentando um movimento eternamente, aí acertei, cadena! Hahaha
Banho de rio entre as escaladas!
Alongamento Erótico (7b) e Busanfa (7c) são duas vias antigas no setor da Ninhos, a primeira é técnica e muito bonita, a segunda pura força, me fez gastar todas as energias pra não cair no ‘à vista’, leitura complexa, boa!

Eveline na Ninhos
Fim de trip, agora só uma passada rápida em Itatim e voltamos pra casa!

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