No último dia do EENe do ano passado, em AlgodãoPB, o Fabrício (PB) e o Brito (RN) me chamaram pra escalar uma via recém aberta no Pico do Yayu, em Santa Luzia, sertão da Paraíba. O Filipe e o Elder da Bahia também pilharam e, juntos com o Sapo (SC), um dos conquistadores, éramos 6 pessoas.
Em vez de ir pra Recife, fiquei em Campina Grande, na casa do Fabrício com essa galera toda, arrumamos as coisas, separamos os equipos e partimos no dia seguinte pra pedra!
Pico do Yayu – Face onde se encontram as outras vias
Chegamos cedo na base da via após quase 2h de estrada e mais uns 20min pro café da manhã, pra aproveitar ao máximo a sombra feita pelo grande diedro por onde passa boa parte da via, que se chama “Xique-Xique, Macambira e Chocalho de Cabra” (5º VIIb A1+ E3 D2) 300m.
Pico do Yayu- Santa LuziaPB
Cauí, Elder, Filipe, Sapo, Brito e Fabrício
A primeira cordada foi formada por Fabrício, Sapo e eu. O Sapo começou guiando a primeira enfiada, uns 50 m de V grau protegidos por peças pequenas e alguns pitons numa rocha bem podre.
Entrei na sequência e toquei a enfiada do diedro, que começa com uns lances técnicos de VI depois chega no diedro, protegido em móvel com algumas chapas de vez em quando. Apesar de um pouco sujo de limo (pra garantir emoção) a rocha é boa nesse trecho. Passei da P2 e montei uma parada alternativa em móvel um pouco antes do teto da terceira enfiada, achamos que pode ser um 7ab essa segunda enfiada.
Cauí na segunda enfiada
Sapo tocou rapidinho o teto (A1+) com peças pequenas e morremos de rir com a “surpresinha” que tinha no final do teto, mas disseram que só fazendo a via pra poder saber o que é…chegando assim na P3.
Sapo no teto e eu na P2
Sapo, Cauí e Fabrício. P3.
Daí pra cima foi a vez do Fabrício, foram mais três enfiadas mais tranquilas que escalamos em simultâneo, chegando no cume ainda com a cabeça fria.
Fabrício na 4ª enfiada, só para no cume gora!
Cume!
Enquanto descíamos o Filipe, Elder e Brito terminavam o teto pra entrar na parte fácil. Ficaram na desvantagem de começar depois de nós e tomaram um solzinho bom na cuca, faz parte!
Fabrício na linha de rapel ao lado do diedrão.
O rapel é feito com duas cordas, abandonando fitas nas paradas (que são duplas, mas com chapas simples), e algumas paradas são fora da via (ver croqui).
Levando dois jogos de camalots do #.3 ao #4 mais um de nuts dá pra fazer a via bem. Os pitons da primeira enfiada estão lá, assim como os do teto, portanto não precisa levar. Leve um par de estribos ou improvise na hora. Jumar-grigri vai bem pro segundo subir a enfiada do artificial, mas na falta, um par de cordeletes vai bem também, pois é só um trecho pequeno.
Peguei em Campina o último ônibus pra Recife e os baianos junto com o Brito tocaram pro RN de carro enquanto o Fabrício e o Sapo tiravam uma sonequinha…
Eu já tinha ouvido falar dessa pedra a alguns anos, sobre uma via aberta pelo Wolgrand (PB) e pelo Gustavo (RJ), além de ter visto algumas fotos da bonita pedra. Achei irada a escalada, valeu pela pilha galera!!
Croqui by Sapo (clique para ampliar)
Ah, lá faz um calor da porra! hahaha
Valeu a parceria ai!! Abxx Sapo