Na semana santa o destino escolhido foi a cidade cearence de Quixadá! Um lugar que deixa qualquer escalador de queixo caído, são dezenas de monolitos de até 500m reunidos ao redor (e dentro) da cidade, tudo relativamente próximo, com caminhadas de até 30min. Como não poderia ser diferente, o sol é de lascar (mas sempre tem uma via na sombra pra escalar de cabeça fria) e a vegetação “espeta, arde, coça, pinica ou queima”.
Pedra da Santa
Minha ida anterior à Quixadá foi no EENE que teve por lá, em 2006 se não me engano, lembro de ter escalado na Magé e na cabeça da “Galinha Choca”. O estilo predominante por lá são os famosos “cristaisinhos”…
Pedra Riscada
Dessa vez iniciei a peregrinação em Recife, de onde saí de ônibus pra Natal, chegando lá me juntei com o trio Janaína, Ariane e Br Eveline e seguimos de carro por mais quase 6h de estrada até Quixadá! Chegamos de noite e nos encontramos com Jalon e Dandara (RN) e com os “cearences” Minhoka, Neudson, Ikan e Bruno, além do anfitrião Jorginho. Barriga cheia e tocamos pra fazenda Magé, onde rola um camping com escalada no quintal…
Buraco em algum lugar…
Alguma pedra por lá…
No primeiro dia de escalada fui conhecer o Vale Perdido, setor bastante recomendado por quem já tinha ido lá, sombra e várias vias legais! Deu tempo de entrar na “Segunda Estação” (VIIa), “Lagarta de Fogo” (VIIb), Dorme Neném (VIIb), Vitória do Balde (IV), depois subimos uma via incrível chamada “Abre-te Sésamo” (VI) pra acessar a Irmãos Metralha, projeto do Minhoka no negativão da caverna. Ele foi na frente e enquanto eu e Eveline escalávamos a via de acesso ouvimos acomemoração, saiu o FA da via sacando as costuras!! Pra terminar o dia, uma escaladinha na Jack!
Eu na Segunda Estação
Jalon na Vitória do Balde
Dorme Neném
Segunda cadena da Irmãos Metralha (VIIIa)
Segundo dia fomos com Jalon e Dandara na Cabeça de Leão, escalar a via Celebridade. Varamos um mato básico e chegamos na base, as três primeiras proteções seguem uma linha meio estranha, mas pra ficar legal dá pra escalar mais pela direita pulando a segunda chapa ou seguir as chapas e usar um camalot #.3 (no olhômetro), depois vem uma sequência muito bonita de agarras e regletes sólidos em uma parede vertical, muito bonito, pra terminar, alguns cristaisinhos temperam a última enfiada da via.
Celebridade – Eveline acima, Jalon abaixo e Dandara mais abaixo
De tarde o setor escolhido pelos mais dispostos à caminhar (Jalon, Eveline e eu) foi a Pedra da Galinha Choca, especificamente, com o perdão da expressão, o seu rabo! Ainda meio sem saber o que escalar e impressionados com o visual, chegamos e demos de cara com a Fenda da Anita, não deu outra, fizemos a fenda e depois tocamos pela “Rabo de Galo”, e se não me engano, ainda fizemos um pedaço da “Galiha Indireta” até o cume!
Fenda da Anita
Na travessia da “Rabo de Galo”
No terceiro dia acordamos às 3:30 pra poder chegar cedo e não pegar muito sol na Serra Branca, onde fica a Cachalote, maior via de Quixadá, e se não me engano do nordeste todo, com seus 530m de granito branco/amarelo da melhor qualidade! Jorginho me deixou ir na ponta da corda, Eveline veio no meio e ele no final, paramos somente duas vezes durante a escalada pra recuperar as costuras, chegando ao cume em 2:15 de escalada. Ainda com o céu nublado e com um ventinho frio (dá pra imaginar isso em Quixadá?) começamos a descer, já no primeiro dos 11 rapéis cheios o sol apereceu…foram mais umas 2h pra chegar ao chão e correr pra sombra!
Serra Branca – A Cachalote segue pela aresta da esquerda, na divisa da sombra com o sol. Não há mais nenhuma via aí!
Cauí, Jorginho e Eveline – Cume ca Cachalote!! =)
Com os objetivos cumpridos e a barriga cheia seguimos de volta pra casa com algumas vias anotadas na mente pra próxima visita! Valeu todos que estavam lá! Foi incrível!!
Todas as infos sobre a escalada em Quixadá e no Ceará como um todo, acesse http://www.escaladanoceara.com.br
Não conhecia Quixadá, só de nome. Sem palavras, fora da realidade!
Bons ventos.
Careli
http://aoutraesquerda.blogspot.com.br/